Se amanhã eu acordar e não simpatizar com o que vir além do meu reflexo, eu mudo.
E mudo porque sou dona de mim.
Posso ser condicionada por horários e regras, mas ainda possuo algo que me faz rainha de uma consciência. Eu possuo as minhas vontades.
E com elas, sem elas, por elas, eu sou.
Não demoro a entendê-las, apenas preciso de um tempo para me entender com elas.
Os outros é que decidiram mistificá-las e, assim, pintar-me como um enigma.
Mas eu escolho as minhas cores e quero ser uma aquerela viva.
Não quero ser traços, contornos e sombreados, porque isso é para artistas.
Quero ser apenas as minhas vontades e com elas, por elas, sem elas, mudar.
Mudar sempre que me sentir intrusa em minha pele ou quando o espelho estiver embaçado.
Mudar porque de inconsistência em inconsistência se faz um ciclo perfeito.
Mas eu não quero ser perfeita.
Então eu mudo.